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Darling Harbour / Os transportes de Sydney

Darling Harbour ao entardecer

              Darling Harbour era uma área decadente de docas e de descarga de trem até ser revitalizada em 1988 para as comemorações do bicentenário da Austrália. Colada ao centro da cidade, é hoje um complexo de atrações variadas que são um chamariz para os turistas que visitam Sydney, desde o aquário da cidade até um jardim chinês. Isto sem contar os shoppings modernos em torno do cais, com lojas e praças de alimentação para todos os gostos que fazem do lugar um dos favoritos dos sydneysiders para passar o tempo.

Pyrmont Bridge

                 Darling Harbour está situado em torno de uma reentrância da baía, cortada por uma ponte centenária de pedestres com bela vista para os arranha-céus do centro, a Pyrmont Bridge. Quem leu meu post sobre Melbourne deve se lembrar que eu já havia visitado a Austrália vinte anos antes, e me pareceu que algo faltava no cenário. Sydney contava com um monotrilho elevado que cruzava a ponte e parte do centro, e que, tal qual o Elevado da Perimetral, foi demolido há poucos anos. Ao contrário do viaduto carioca, cuja demolição deu na época um nó no trânsito do Rio, o monotrilho deficitário aparentemente não fez muita falta. Além disso, seu fim descortinou novas paisagens como a da foto acima. Uma surpresa para os turistas que atravessam a Pyrmont Bridge é que se trata de uma ponte levadiça, a mais antiga do mundo com operação elétrica, apresentando braços que se levantam 83 graus para dar passagem a embarcações maiores. Pena que não presenciei uma destas ocasiões. 

Cockle Bay Wharf visto da cabeceira da Pyrmont Bridge

             Junto à cabeceira da ponte está o Sydney Aquarium, um dos maiores aquários do mundo, com 13.000 animais fluviais e marinhos, atração imperdível para famílias com crianças. Ali se inicia o calçadão do Cocle Bay Wharf, que acompanha o cais na curva em volta da reentrância da baía. No fim de semana o calçadão lota de gente, como mostra a foto abaixo, tirada defronte ao shopping Harbourside.

Calçadão de Darling Harbour num final de tarde de sábado.

          O Chinese Garden foi inaugurado também em 1988 na ponta sul de Darling Harbour. Construído como um antigo jardim das dinastias imperiais, o parque conta com lago, pontes, estátuas, pagodes e flora típica da China. Visitei-o no meio da manhã e era um oásis de tranquilidade. Se não fossem os edifícios altos ao fundo, teríamos a impressão de estar passeando em algum recanto do Extremo Oriente. O jardim celebra a amizade entre as cidades-irmãs Sydney e a chinesa Cantão. Perto da entrada há um mural contendo dois dragões homenageando o elo entre os dois países - o dragão azul representa o estado de New South Wales e o marrom, a província de Cantão. A entrada inteira custou 6 dólares australianos e o jardim abre às 9h30min da manhã.

Chinese Garden

             Mais surpreendente é saber que o Chinese Garden foi cenário em 2012 do filme Wolverine, com cenas rodadas com o protagonista Hugh Jackman, nascido em Sydney. Só que, como todo fã dos X-Men sabe, o vínculo do herói de garras de adamantium é com Tóquio, e portanto o jardim foi devidamente "maquiado" para parecer japonês.

O mural representando a amizade entre Austrália e China.

         Bem perto do Chinese Garden está a Chinatown propriamente dita. O bairro chinês não poderia faltar numa metrópole que possui cerca de 487.000 imigrantes oriundos da China e descendentes. É bem verdade que não difere muito de outras chinatowns espalhadas pelo mundo, ocupando alguns quarteirões. Aqui você vai encontrar restaurantes especializados, lojas de artigos típicos e o indefectível pórtico de entrada, ladeado por leões de pedra.

Chinatown

           Perto do Chinese Garden fica o Powerhouse Museum, que tem este nome por estar sediado na antiga usina elétrica que gerava energia para os bondes e para a ponte levadiça, entre outros. Focado principalmente em tecnologia, ciência, transportes e em sua história, o museu agrada em cheio às crianças. O museu conta com uma sala de cinema em decoração art-déco que apresenta filmes clássicos.

             Havia ainda uma outra atração nas redondezas, o maior cinema Imax do mundo, mas o prédio foi demolido e um edifício de 20 andares surgirá em seu lugar com um novo grande Imax. Com previsão de inauguração em 2019, o edifício possivelmente se transformará em mais um marco de Sydney pela sua arquitetura arrojada na margem de Darling Harbour.


Como se locomover em Sydney - o Opal Card: 

              Sendo uma cidade bastante extensa, cedo ou tarde utilizamos o transporte público para nos locomovermos pelos bairros de Sydney. Alguns dos locais mais afastados são as praias de Bondi (que acabei não visitando desta vez) e Manly, além do aeroporto. Todos são servidos por linhas, que em Sydney podem ser de metrô, trem, ônibus ou barcas. Até os táxis têm uma variante diferente, os charmosos táxis aquáticos. Como em Melbourne, o transporte público é abundante e de qualidade excelente.

Táxi aquático no Circular Quay. Ao fundo uma das barcas que atravessam a baía. 

            Uma forma cômoda para se locomover com o transporte público é o Opal Card. O cartão funciona nos moldes do londrino Oyster Card - carregamos com uma quantia determinada quando o compramos e a tarifa de cada deslocamento vai sendo debitada à medida que vamos usando o cartão. O valor a debitar a cada viagem pode diminuir ou até mesmo não ser cobrado se o limite de gastos for atingido. Há limites diários e semanais.  Para o limite diário, o melhor custo-benefício acontece no domingo, já que o limite era de 2,60 dólares australianos, uma verdadeira pechincha. O único percurso que não entra na apuração do limite é o trajeto de/para o aeroporto, que é sempre debitado de forma integral. Há ainda um bônus para quem ultrapassar oito viagens na semana a partir da segunda-feira: os percursos passam a ser faturados pela metade do valor.

Em maio de 2018 os tetos eram os seguintes, para adultos, em dólares australianos:
  • Limite diário (exceto domingo): 15,40
  • Limite diário aos domingos:         2,60
  • Limite semanal:                           61,60
O Opal Card

            O cartão pode ser comprado e recarregado em locais estabelecidos. No uso dos transportes é importante passar o cartão no validador tanto na embarque quanto no desembarque, pois a tarifa pode variar com o percurso. E já que mencionei o aeroporto, adquiri e carreguei o Opal Card numa loja do saguão de desembarque e já o aproveitei na ida de metrô para o centro de Sydney. Existem duas estações, uma para os voos nacionais e outra para os internacionais, mais prático impossível. Atenção quando estiver deixando o centro da cidade, várias linhas passam pelo mesmo trilho, mas somente uma atende ao aeroporto, a T8 - Airport Link.

           Se você quiser saber mais detalhes sobre o cartão, acesse seu site.

Ônibus diante do Hyde Park

            Havia uma linha de ônibus gratuita circular percorrendo as ruas do centro que fazia a alegria dos turistas. Porém, devido à interdição da George Street para obras, a linha foi descontinuada. Resta saber se voltará a funcionar quando os trabalhos terminarem.

                E falando em ônibus, fiz um programa diferente no último dia da estadia em Sydney, numa tarde de temperatura sufocante. Aproveitando o ar condicionado muito bem-vindo e o Opal Card ainda com saldo, entrei no ônibus da linha 311, que faz um trajeto em U pelos bairros de Sydney. Subi no Hyde Park e passei por Wooloomooloo, Kings Cross, Potts Point e Darlinghurst, frequentemente comparado ao novaiorquino Soho. Os três últimos bairros eu não havia conhecido em minhas caminhadas e foi interessante ter uma ideia de como são, bem diferentes do centro da cidade. Saltei também no Hyde Park, junto ao Anzac Monument, a duas quadras de onde embarquei.

Darling Harbour e Pyrmont Bridge desde o observatório da Sydney Tower - uma das atrações cujo ingresso tem desconto com os cupons.

           Para finalizar, uma dica para quem não comprou ingressos para as atrações com antecedência pela internet: você pode usar os cupons de desconto dos livretos gratuitos sobre a cidade disponíveis na recepção dos hotéis. Economizei quantia razoável apresentando os pequenos cupons, com descontos de até 20%.


⏩➧ Este é o quinto e último post da série sobre Sydney. 

 Postado por  Marcelo Schor  em 30.05.2018 

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