Igreja de Santa Sofia em Istambul - uma das primeiras cidades abordadas, em post de 2012 |
Pois é, parece que foi ontem. No dia 10 de janeiro faz dez anos que publiquei meu primeiro post no Álbum de Viagens, quatro meses após meu amigo Vinícius ter fundado o blog. Para os padrões atuais, foi um post bem curto, apresentando um país naquela época ainda desconhecido da maioria dos brasileiros, a Islândia. De lá para cá o blog ganhou domínio próprio (era albumdeviagens.blogspot.com) e os posts se multiplicaram, aumentando em muito de tamanho. Foram 293 publicados por mim até o momento. E é motivo de satisfação saber que 75 foram listados pelo renomado site Viaje na Viagem na sua seção dos melhores posts da semana, o Linkódromo, lamentavelmente extinta no início da pandemia.
O que não muda desde o primeiro relato, e este é um princípio do blog, é a opinião isenta, proporcionada por bancar o custo integral de viagem e hospedagem, sem subsídios de qualquer espécie.
Hoje posso constatar que escrever no blog mudou minha forma de encarar as viagens. A fase posterior à viagem propriamente dita aumentou em muito sua duração, com uma nova e prazerosa etapa, a preparação de cada post, com toda a pesquisa em internet e em livros que acarreta. É impressionante como passamos a entender melhor vários aspectos dos lugares que acabamos de conhecer. Além disso, atrações que eu pensaria duas vezes em visitar devido ao caminho trabalhoso para alcançá-las ganharam um atrativo extra, sua presença valiosa no post. Até os temidos perrengues adquiriram um pequeno lado "positivo" posterior, afinal quando narrados tornam os posts mais saborosos de se ler..
Maio de 2011, aguardando a saída do barco em Reykjavik, capital da Islândia. Jamais poderia imaginar que alguns meses depois a cidade seria o assunto da minha primeira série de posts. |
Para relembrar a data comemorativa, seguem algumas estatísticas e curiosidades. O ano entre parênteses se refere à data da viagem.
➧ De onde vêm os acessos ao blog feitos nos últimos 5 anos?
Com quase um em cada cinco acessos, a frequência portuguesa sempre me impressiona. Os leitores lusos visualizam habitualmente alguns destinos europeus pouco lembrados por brasileiros, como Faroé, Córsega e Açores.
➧ Qual o post com maior número de acessos neste período?
O pódio vai para o post das Dicas para viajar às Ilhas Faroé (2016). A vice-liderança fica com a visita ao Castelo de If (2015), na ilha em frente a Marselha. Este post atrai um público mais amplo, por apresentar o passeio a um dos locais mais famosos na literatura mundial, a prisão de O Conde de Monte Cristo. Mais recentemente a passagem pelas Ilhas Malvinas (2019) também suscitou grande interesse dos leitores, outro exemplo de assunto que extrapola o universo do turismo.
Canhão de guerra nas Ilhas Falkland (Malvinas) |
➧ Que país e localidade mereceram o maior número de posts ao longo desta década de publicação?
Com exceção da Antártida, o blog já cobriu destinos em todos os continentes do planeta, do americano Alasca à asiática China, das africanas Canárias à australiana Tasmânia.
A localidade mais setentrional visitada foi Þingvellir na Islândia (latitude 64ºN). e a mais meridional a argentina Ushuaia (54°S). A mais elevada foi Moray, a 3.500 m de altitude, nos Andes peruanos. A mais longínqua em linha reta foi Xangai, numa distância de mais de 18.000 km. Haja horas de voo! Já a mais próxima? Como nasci e moro numa das cidades mais bonitas do mundo, a resposta é mesmo o Rio de Janeiro.
O país que mereceu o maior número de posts foi a Alemanha, sem dúvida um dos mais belos na Europa.
Com a exceção do Rio, os locais que mais obtiveram posts foram duas cidades que adorei: a norte-americana Chicago (2014) e a australiana Sydney (2017), com cinco posts cada. Normalmente não gosto de escrever sobre metrópoles com grande afluxo de turistas, mas estas duas me encantaram tanto que abri exceção.
Harbour Bridge em Sydney |
➧ Que personalidades foram mencionadas mais vezes no blog?
Apesar de as viagens serem o foco do blog, como comento sobre a história e cultura de cada lugar, sempre acabo falando sobre vultos históricos que tiveram/têm alguma conexão com o objeto do post. A lista vai de vultos lendários como Marco Polo e Kublai Khan (no post sobre Pequim) ao escritor português José Saramago (no post de Lanzarote, onde viveu).
Dentre as personalidades vivas, a campeã sem sombra de dúvida é a Rainha Elizabeth II. A longeva soberana foi mencionada até agora em 13 posts (agora são 14...). Dentre os que já faleceram, as personalidades brasileira e estrangeira mais presentes foram outros dois monarcas que regeram seus países simultaneamente por várias décadas: Dom Pedro II e a Rainha Vitória, tataravó de Elizabeth. Ambos soberanos admiráveis, deixaram sua marca na História. Aí veio uma curiosidade: teriam os dois se encontrado alguma vez? A resposta é sim, em 1871 em Londres. A rainha britânica teria achado nosso imperador muito alto (tinha mais de 1,90 metro, um assombro para a época), muito culto e envelhecido, pois aos 45 anos já ostentava barba bem grisalha - Vitória era seis anos mais velha.
➧ Houve algum post que tenha fugido do padrão?
Saindo da linha de mostrar as atrações de cada lugar, em "Quatro espetáculos em Las Vegas" me atrevi a comentar os shows noturnos aos quais tinha assistido em minha ida a Las Vegas a trabalho em 2013. E deu zebra: me decepcionei com um dos shows do Cirque de Soleil que mais costumavam ser elogiados por brasileiros.
Shows na capital do jogo |
➧ Algum acontecimento histórico digno de nota aconteceu durante visita a um país?
Às vezes se dá a sorte (ou azar, dependendo do que ocorre) de presenciarmos um acontecimento que entrará para a História. Aconteceu comigo em 2018 em Skopje, uma das capitais mais surreais que já visitei (e cujo post é um dos meus favoritos). Entrei na cidade com o país se chamando Macedônia e saí como Macedônia do Norte. Neste dia foi feito o acordo selando uma briga até então interminável com a vizinha Grécia pela disputa do nome milenar.
Pensando bem, esbarrar com um soberano também pode entrar na lista, não? Afinal, uma visita real é sempre uma ocorrência marcante para o local. Publiquei aqui no blog como dei de cara em Tórshavn com a Rainha Margrethe II da Dinamarca (que ainda por cima é prima de Elizabeth II) e com a então Rainha Sofia da Espanha em Rodes, na Grécia, sua terra natal.
Fotografias marcantes
Parte importante de cada post são as fotos publicadas, fundamentais para captarmos a essência do local. A maioria foi obtida com a mesma câmera nestes dez anos, uma Canon que comprei um ano antes de começar a escrever (meio raro de se encontrar por aí, o modelo foi motivo em Potsdam para uma turista vir falar comigo quando percebeu que eu estava fotografando com uma câmera idêntica à dela).
Para fechar esta retrospectiva, selecionei doze fotos que me marcaram de alguma forma durante a jornada de viagens, seja pela sua beleza às vezes incomum e/ou pelo momento vivido. As fotos estão listadas em ordem cronológica de ocorrência, com exceção da última.
1 . Geleira Sólheimajökull na Islândia (2011)
O vulcão Eyjafjallajökull tinha entrado em erupção no ano anterior levando o caos ao tráfego aéreo europeu; suas cinzas ainda cobriam a geleira quando tirei a foto. O cinza desolador da paisagem complementado pelo dia chuvoso só foi quebrado pelas jaquetas coloridas dos visitantes, causando um efeito visual surpreendente.
⇨ acesse aqui o post sobre o sul da Islândia |
2. Keukenhof na Holanda (2013)
Na minha opinião o jardim mais bonito que já visitei, Keukenhof encanta a todos com suas tulipas formando mosaicos coloridos inigualáveis, renovados a cada ano. Pena que esteja aberto somente por dois meses, entre março e maio, época de floração.
⇨ acesse aqui o post sobre Keukenhof |
⇨ acesse aqui o post sobre Hvar |
4. Grand Canyon nos Estados Unidos (2013)
Está certo que o helicóptero vermelho não combina em nada com o cenário majestoso do Grand Canyon, mas sem ele eu jamais poderia me embrenhar e pousar no vale do rio Colorado, obtendo uma visão chocante, de ângulo tão diferente do tradicional. Experiência única.
⇨ acesse aqui o post sobre o passeio ao Grand Canyon |
5. Machu Picchu no Peru (2013)
Uma das sete maravilhas do mundo moderno, este lugar mágico dispensa maiores apresentações (e explanações). Até esqueci o terrível soroche que me acometeu ao chegar em Cusco cinco dias antes.
⇨ acesse aqui o post sobre Machu Picchu |
6. Restaurante Berggasthaus Aescher nos Alpes Suíços (2014)
O restaurante, que parece encravado na rocha do Pico Ebenalp no leste suíço, ganha o título de atração mais difícil de se chegar. Mas valeu a pena, não só pela beleza indescritível do local, mas também pela sua batata rösti, avidamente degustada. Deu até para relevar o esforço despendido após a refeição ao subir as centenas de degraus de volta ao topo da montanha para pegar novamente o teleférico rumo à civilização.
⇨ acesse aqui o post sobre o Ebenalp |
7. Birgu em Malta (2014)
A embarcação típica de Malta, a dghajsa, aparece tendo como fundo as fortificações centenárias da capital Valletta. Gosto tanto desta foto que a escolhi para ser a capa da página de Facebook do blog. Preciso dizer mais?
⇨ acesse aqui o post sobre as Três Cidades maltesas |
8. Corte na Córsega, França (2015)
A fortaleza imponente sobre o penhasco é a marca registrada de Corte, a antiga capital da Córsega quando esta era independente no século XVIII. A viagem até a cidade histórica nas montanhas da ilha já valeu só por esta tomada.
⇨ acesse aqui o post sobre Corte |
9. Estreito de Vestmanna em Faroé (2016)
A casinha solitária com paredes amarelas plantada em meio ao cenário deslumbrante do Estreito de Vestmanna demonstra bem as características das Ilhas Faroé. Um lugar exótico, bonito, misterioso, remoto, com cultura fascinante e de certa forma desconhecida. Esta foi com certeza minha viagem inesquecível. Pena que Faroé frequentou as manchetes recentes pelo lado negativo, a absurda matança de golfinhos.
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10. Muralha da China (2019)
Outra das sete maravilhas do mundo moderno. Como não se assombrar com a muralha histórica serpenteando por muitos quilômetros pelas colinas chinesas? Galgar (literalmente, era esta escadaria enorme da foto) a muralha foi um sonho antigo realizado. Ainda dei sorte de conhecer um setor não tão difundido entre os turistas ocidentais, com vista fantástica para o vale e templos abaixo.
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11. Guilin na China (2019)
Como se não bastasse o exotismo da paisagem do rio Li emoldurado pelas formações rochosas incomuns, me diverti reproduzindo no clique a gravura impressa na nota chinesa de 20 yuans, sob o mesmo ângulo.
⇨ acesse aqui o post sobre Guilin |
12. Ilha de Paquetá no Rio de Janeiro, Brasil (2017)
O bucolismo da cena evoca minhas memórias de adolescência, quando passei vários sábados me divertindo na ilha pacata da Baía de Guanabara. Paquetá ainda conserva muitos aspectos daquela época, coisa rara na cidade da qual faz parte.
⇨ acesse aqui o post sobre Paquetá. |
Feliz Ano Novo !!
Postado por Marcelo Schor em 27.12.2021
Sempre leio os posts, aliás acho que já li todos. Parabéns, você escreve muito bem e é sensacional "viajar junto"com você em seus textos.
ResponderExcluirImagino que com a pandemia esteja mais difícil mas por favor não pare, o site é ótimo!
Parabéns e feliz ano novo!
Renato,
ExcluirObrigado pelos elogios e incentivo.